Nos últimos cinco anos, o Let’s Encrypt disponibilizou certificados SSL/TLS válidos de forma gratuita, emitindo mais de um bilhão de certificados e assegurando mais de 200 milhões de sites.
A partir de 1 de janeiro de 2021 será usado um novo certificado root para emitir os certificados SSL/TLS dos sites e como esses são renovados a cada 90 dias, essa alteração será propagada rapidamente.
Na prática, não muda muita coisa para quem utiliza Let’s Encrypt, o que muda é que os certificados a partir de janeiro serão gerados com um novo root.
O problema principal é para as pessoas que acessa sites com certificados emitido pelo Let’s Encrypt, com a alteração, sistemas que não foram atualizados desde 2016 podem não reconhecer o novo certificado root e considerá-lo inválido.
Celulares com Android 7.1.1 ou mais antigo poderão ter problemas, pois esses não recebem atualizações há anos. Atualmente 66.2% dos usuários usam versões superiores à 7.1 e 33.8% usam versões anteriores. O problema é facilmente corrigido se usando um navegador atualizado, como o Firefox Mobile.
Detalhes técnicos
O Let’s Encrypt atualmente usa certificados top-level 4096 bit RSA. O ISRG Root X1 é válido até 2035. Durante os anos foram emitidos certificados intermediários, X1 e X2 em 2015 e X3 e X4 em 2016, todos com validade de 5 anos. O LE Authority X3 é usado para emitir os certificados dos sites e esse irá expirar em setembro de 2021.
Em setembro foi criado o ISRG Root X2, usando ECDSA. A maior vantangem de ECDSA é que ele transmite menos dados durante o handshake SSL/TLS por possuir uma chave menor, mas garantindo a mesma segurança que as anteriores.
O ISRG Root X2 é cross-signed, isso quer dizer que o ele foi assinado com múltiplas chaves, uma delas sendo a mesma ISRG Root X1. Como muitos dos dispositivos já possuem o X1 em sua base de certificados válidos, eles continuarão a reconhecer os novos certificados emitidos pelo root X2.
O ISRG Root X1 foi cross-signed com o IdenTrust DST Root CA X3, um certificado root controlado por outra emissora, e isso permitiu que o X1 fosse usado desde o início, pois a grande maioria dos sistemas e navegadores já reconhecia o DST X3.
Referências